Venho hoje dar o meu testemunho de fé, de dor e de milagre. Muitos testemunhos falam de curas de doenças, de vidas que foram salvas por um mal que não procuraram, o meu milagre foi receber de volta a vida da minha filha, por um caminho que ela mesmo procurou.

Criei a minha filha dentro da Igreja. Desde pequena, eu a levava à missa das crianças, incentivava a sua participação nas homenagens a Santa Rita na minha paróquia e ela servia com alegria como acólita. Sempre acreditei que, com fé, ela seguiria o caminho do bem. Fiz de tudo para que ela crescesse dentro dos ensinamentos da igreja e perto da presença de Deus.

Mas a vida tomou um rumo inesperado… Da noite para o dia, vi a minha filha afastar-se da vida que tínhamos construído com tanto carinho. Começou a envolver-se em lugares perigosos e a fazer escolhas erradas. Ela saiu de casa e procurou para ela uma vida muito diferente do que eu e o meu marido sonhámos para ela. No auge do meu sofrimento ela chegou a ser presa numa operação da polícia contra o tráfico de drogas. Todos os que estavam no local foram levados e ela também. O meu coração ficou em pedaços. Entretanto, foi colocada em liberdade, mas mesmo assim continuava a fazer escolhas erradas. Continuava a ir à prisão fazer visitas, o que pra mim era surreal.

As pessoas passaram a apontar o dedo, a comentar, como se todo o esforço de uma mãe e de uma caminhada na fé não tivessem valor. Cheguei a ouvir que tinha perdido a minha filha para o crime, essas palavras rasgaram a minha alma, mas eu não desisti. Mantive-me firme…

Todos os dias rezava o terço da misericórdia, à tarde, de madrugada, e pedia a Jesus Misericordioso, que cuidasse da minha filha, que tirasse a minha filha desse mundo perigoso: “Não deixe o mal tocá-la”, suplicava.

Aos poucos foi crescendo no seu coração o desejo de ir para os Estados Unidos. Eu não queria. Mas o meu marido achava que era a única saída para ela se afastar dessa vida que ela tinha e incentivou para que isso acontecesse. No silêncio do meu coração, continuava em oração e pedia a Jesus que se fosse o melhor que Ele a ajudasse. E lá foi a minha filha…

Novamente senti o julgamento das pessoas, os olhares, os comentários… A pandemia poupou-me de sair de casa. Foram 15 dias de angústia sem notícias. Eu só pensava nas pessoas que desapareciam por lá… Passei muitas madrugadas em oração, a rezar o terço, chorava a pedir socorro.

Num domingo, estava com a televisão ligada na missa das 15h, na Canção Nova, quando apareceu o sacrário, fixei Nele os meus olhos e pedi que Jesus me desse um sinal da minha filha. Poucos minutos depois o telefone tocou. Vi que era de outro país. Atendi com o coração apertado. Era ela. Pensei: “Graças a Deus, chegou em

segurança!”. Mas a notícia não era essa. Ela estava presa numa prisão imigratória.

Foram dias de profunda tristeza. Foram seis meses de espera, sofrimento e humilhação. As pessoas comentavam, julgavam. A dor era imensa. E ela não queria voltar. Também não aceitava pedir deportação. Mas o processo já estava praticamente fechado: a entrada dela havia sido reprovada pelos agentes da imigração e, segundo o advogado, nestes casos o juíz apenas assina a deportação.

O julgamento foi marcado. No dia da audiência, diante do juíz da imigração, o milagre aconteceu: a decisão foi revogada. A minha filha foi libertada e autorizada a permanecer no país. Essa conquista foi apenas a primeira para que ela pudesse sentir novamente a doçura do Espírito Santo e transformar a sua vida. Lá ela conseguiu um trabalho, encontrou um companheiro, constituiu uma família e vive uma vida honesta. Hoje a minha filha é uma esposa dedicada, uma mãe zelosa, uma filha amorosa e presente. E Jesus Misericordioso continua a interceder.

JESUS EU CONFIO EM VÓS!

Obrigada por tudo! Abraços!